1º Aula de Mitologia
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por Camryn Kiefer Heckmann Qua Jan 25, 2017 12:27 pm
INTRODUÇÃO
Bem-vindos, novos e velhos alunos. Para aqueles que não me conhecem – e os que já me conheceram – eu sou Camryn, diretora da Haus Feue e professora de mitologia. As aulas de mitologia serão divididas em duas partes sendo elas, teoria e pratica. Muitos acreditam que a mitologia é apenas história, e não podemos tirar lições e ensinamentos de nossos antepassados, eu discordo, assim como acredito que podemos mostrar na pratica que coisas que aconteceram podem ser revertidas para melhores. Por esse motivo, tudo que aprenderemos em livros, pergaminhos e outras coisas na relação pesquisa, partiremos para a pratica a fim de descobrir e encobrir o que podemos aprender com o passado, e melhorar em nosso futuro. Vocês, alunos do 3º ano, acabam de entrar em um universo diferente, e vão descobrir que são ignorantes em relação a magia, até agora. Tudo que aprenderam foi apenas uma preparação para o verdadeiro encanto, o verdadeiro mundo a qual pertencemos, e esse mundo, eu vou apresentar a vocês.
TEORIA
O que nos torna real, e o que não é real?
Essa pergunta nunca fez tanto sentido quanto na palavra: Mitologia. A mitologia provém da crença, há quem acredite, há quem não acredite, há quem duvide, há quem questione. Desde os tempos antigos a sociedade cria histórias que movem o mundo, sobre deuses da terra, do ar, sobre magia, a chuva, os raios, as tempestades, o crescimento da natureza. Essas estranhas historias percorreram uma vasta quantidade de terras escondidas, e cresceram de forma abundante. Essas histórias tornaram tudo que conhecemos real, ou se não, de onde vieram os bruxos, a magia? Mitologia, simbologia, feitiços e bruxaria. Demônios e divindades. Ritos e rituais. Envolvem-se numa aventura fantástica, às vezes oníricas ou até mesmo louca, na busca incessante da percepção dos opostos. Usaremos os deuses como referência, doze olimpianos, o deus da morte, e seus subjugados, conhecidos como filhos e deuses menores, temos os primordiais, deuses do tempo, e os senhores de tudo, conhecidos como titãs. São esses deuses, que serão usados na aula de hoje, e a escolha, partira de você.PERSONAGEM
Perspicaz, detalhista, perfeccionista, observadora, e um tanto rude. Essas são boas definições para a jovem Heckmann. Cam, como prefere ser chamada pelos íntimos é a docente mais nova a incorporar os docentes de todas as três escolhas de magia bruxa, estando a apenas um ano como professora regente da matéria de mitologia. Aos 20 anos, a garota já conta com títulos que subjugam sua idade, tento mais mistérios lhe rodeando do que é capaz de mencionar. Fora da sala de aula pouco fala, e quando dentro, gosta de explicar e ensinar tudo com detalhes abrangentes e demonstrações grandiosas, e magicas. Geralmente leva seus alunos ao limite, pois, acredita que grandes bruxos só conseguem se tornar ainda melhores quando são desafiados a fazer o impossível, e ela tende a desafia-los dessa mesma maneira. Não tem problemas em responder perguntas, em ensinar e explicar tudo novamente, mas não gosta de gracinhas, e por ser notoriamente detalhista e observadora, acaba “pegando no pé” dos alunos que gostam de gracinhas, raramente deixa algo passar.
MISSÃO
A quantidade de informações fornecidas é bem simples. Peço que pesquisem a história de um deus – romano, grego, ou primordial – de sua escolha, leia sobre ele e descubra suas propriedades. Um bom exemplo disso é Zeus, Hades e Poseidon, os três grandes deuses a comandar o céu, os mares, e o inferno. A propriedade de Poseidon são os mares, aguas, desastres nesse sentido, por esse motivo, se sua escolha for Zeus, sua missão da aula também será baseada nele. Com a teoria posta sobre a mesa, partiremos para a pratica, ela é bem simples. Cada aluno devera criar um feitiço com propriedades de magia ligada ao deus que pesquisou, ai você me pergunta, mas como assim professora? É simples, se eu escolhi Poseidon como deus regente da minha magia, a magia que eu criar deve ser relacionada a agua. Por exemplo, criar algo que me permita conjurar peixes para a terra firme, ou me comunicar com eles. Esses feitiços serão únicos, e só poderão ser aprendidos – conjurados – por seu criador, e esse é você caro aluno. Ainda não entendeu? A missão da aula é escolher um deus qualquer, e criar um feitiço com base nas propriedades e poderes deles, se for Afrodite, seus feitiços terão base no amor, Demeter será natureza, e Apolo a cura. Feito isso, demonstrem o feitiço em frente a turma, explicando o que ele faz, e estará liberado para deixar a sala.
- REGRAS:
Regras para criação do feitiço
• Os feitiços não podem ter a questão mortalidade/imortalidade em jogo, ou seja, não é permitido criar um feitiço de vida eterna, ou de morte. Nem nada relacionado a isso.
• Os feitiços devem ter cabimento para serem aprovados em sua conjuração, ou seja, feitiços que apresentem algo OP demais, ou que seja de incapacidade de criação para um aluno de terceiro ano, serão barrados, a aula será considerada e a nota gerada, porém não da mesma forma que as demais, e o feitiço será desconsiderado, e não irá para a ficha do personagem.
• Feitiços que apresentem as características adequadas, e dentro dos padrões já apresentados, irão ser colocados em sua ficha, podendo vir a ser usados por seu personagem, mas não por terceiros. Um título de criação de feitiços – como honorário – também será colocado em sua ficha, uma espécie de prêmio de melhoria. Outro bruxo só poderá aprender esse feitiço, no caso de seu criador ensinar como fazê-lo.
Regras da Aula
• Mínimo de 20 linhas e sabemos que esse número é insignificante.
• Duvidas devem ser enviadas via MP, ou via Chatbox.
• Vocês terão até o dia 22 de Fevereiro desse mesmo ano para realizar essa postagem, um tempo relativamente bom, então não deixem de fazer a aula.
• O melhor aluno a realizar uma postagem, terá um acréscimo de 20 pontos na copa das casas.
• Vocês podem falar comigo, interagir e retirar duvidas, desde que sigam as instruções dadas pela personagem, e não coloquem coisas absurdas a respeito de minha personalidade, realismo é essencial.
• Não utilizem templates berrantes, que apresentem cores como vermelho vivo, amarelo neon, verde limão e etc.. Também não coloquem fonte menor que 12, ou aqueles templates minúsculos com menos de 500 px de largura, ou descontarei pontos por prejudicarem a minha leitura.
• Boa aula a todos.
Camryn Kiefer Heckmann
Bruxos Maiores de Idade
por Catarina A. Heck. Levine Sáb Fev 04, 2017 9:41 pm
Rolei os olhos, me sentando na cadeira à hora do desjejum, por incrível que pareça, Victoria já estava ali, enchendo a boca com tanta comida que muito me admirava sua boca não ter explodido ainda. “Por que você não me chamou? Eu não sei como fui me atrasar…”, reclamei puxando uma travessa com rabanadas para perto de mim, incerta se estava com fome o suficiente para comer os pães doces. Havia saído correndo do dormitório, atrasada como fazia muito tempo não ocorria; desta vez Charlie não nos acompanharia, devido ao seu estado emocional, ela tivera permissão para não se matricular em algumas disciplinas, o que era bom pra ela, mas que me deixava meio triste, já que não podia contar com sua companhia sempre, pois ela preferia ficar estudando no dormitório nesses horários livres.
Abandonando as rabanadas, investi em um gordo croissant com uma pasta espessa de chocolate e uma xícara de café, afinal, pessoas em fase de crescimento precisam de calorias para gastar, e tenho dito. Ao final do café da manhã, que foi engolido quase às pressas, seguimos para a sala de aula, entrando no afluxo de alunos que se espremiam pelos corredores bem decorados de Beauxbatons, como um único organismo vivo, um rio que desaguava em vários afluentes que eram as portas abertas.
A sala não parecia diferente em nada das outras, percebi quase no instante em que abri a porta. Minha tia Camryn era alguém extremamente prática e sua expressão não se suavizou nem mesmo quando minha irmã e eu lhe acenamos animadamente, desde nossa festa de aniversário (quando ela nos deu uma capa da invisibilidade irada), não a víamos, contudo, ela não pareceu dar mostras que sentira imensas saudades. Sorri discretamente, caminhando para o meu lugar próxima a janela, como sempre. Não estávamos assim tão atrasadas, afinal de contas, e passados cerca de dez minutos alguns retardatários ainda tomavam os seus lugares antes que a loira começasse a falar em alto e bom som.
Estando meus materiais dispostos artisticamente sobre a mesa, apanhei a pena e molhei-a no tinteiro, riscando o pergaminho com a mesma ao fazer um pequeno esquema onde anotava suas palavras. Vez ou outra olhava para Vic, incrivelmente, acho que tia Cam é a única pessoa que realmente inspira respeito na garota, era algo até bonito de ver enquanto ela se esforçava para prestar atenção (sei disso pois seus olhos estavam estreitos e sua cara era de quem está fazendo muita força mental). Vic é o tipo de pessoa que se sai muito bem em tarefas práticas, o que era bom, pois embora ela sempre reclamasse que eu era melhor em tudo, essa era uma coisa que eu realmente invejava nela. Pela coisa toda de sempre fazer as coisas certas, da forma certa, como todo mundo esperava, quando ia colocar algo em prática meu nervosismo se sobressaía ao talento e a probabilidade de dar tudo errado era grande.
Terminada a explanação acerca do que trataríamos naquele ano, Camryn nos propôs a prática para tudo aquilo. Me vi olhando para além da janela, pensando em como aquilo poderia ser fascinante, afinal de contas, a mulher era talentosa… Praticava a interdiciplinaridade sem nem perceber, ou ao menos era isto o que parecia. Apanhei meu livro de Mitologia, folheando-o por alguns instantes. Por sorte, na noite passada, havia ficado algumas horas a mais na biblioteca, curiosa com a matéria que trabalharíamos nesta disciplina. Realmente mitologia era algo que me encantava; embora nossas vidas tivessem magia o suficiente, a perspectiva de estudar a cultura de diferentes povos a partir de suas crenças era fascinante. Levantei a destra esperando pela permissão de falar. “Professora, podemos falar sobre qualquer deus? Ou necessariamente ele ou ela deve ser da cultura greco-romana?”, indaguei, lembrando-me de uma história que mamãe havia mencionado uma vez quando estávamos no rancho.
Era uma noite estrelada, longe da cidade as estrelas pareciam cintilar muito mais sobre o veludo azul petróleo da abóbada celeste. “Estão vendo aquelas estrelas, meninas?”, Alexa nos perguntara naquela noite, apontando os pontinhos brilhantes “É a constelação do pincel de Erin.”, seu dedo percorreu o ar, juntando os pontos e formando o desenho da mesma, enquanto pacientemente ela nos contava a história da deusa. No momento que Cam nos disse que deveríamos pesquisar sobre um deus, o nome de Erin me veio à mente, eu realmente me encantara por ela. Apanhei na mochila o livro que pegara emprestado na biblioteca, que trazia em seu interior contos de deuses celtas.
Ao terminar a leitura olhei para Vic, meus olhos se estreitavam ligeiramente. Sabia o que tinha de fazer, contudo, não via uma forma de colocar isto em prática. Certamente que haveria algum feitiço no sentido que eu pensava, mas por que não tentar? Lembrei-me então de um feitiço que papai mencionara ter sido usado no salão principal de Hogwarts, eu nunca havia visto a magia em si, visto que francamente não houveram assim tantas oportunidades de conhecer a instituição britânica, mas talvez algo neste sentido pudesse ser feito. Franzi o cenho apanhando outro pedaço de pergaminho, enumerando os feitiços que eu poderia combinar, alguns eu já havia utilizado, outros eu apenas havia lido nos livros de outras séries e tentado (sem muito êxito) sozinha.
• Wingardium leviosa
• Faísco
• Lumus solem
• Feitiço dos 4 pontos
• Animus pensandi
• Meteolojinx
Fiquei um tempo fitando a pequena lista de feitiços imaginando algumas formas de fazer aquilo. O tempo passava rapidamente enquanto eu o fazia. Será que havia alguma chance de que a professora nos deixasse entregar este trabalho até a próxima aula? Levantei os olhos e percebi que seu humor não era do tipo que permitiria algo assim… Um garoto se levantou e foi até ela, cochichou por um instante e assentiu quando ela disse “muito bem, espere um pouco e você será o primeiro a se apresentar”, o garoto voltou para seu lugar sorrindo presunçosamente. Senti um aperto no peito, e a ansiedade subir pelo meu estômago, pareciam haver borboletas venenosas ali. Senti meus dedos gelados enquanto eu efetuava o movimento da varinha.
Passados mais alguns minutos a mulher olhou no relógio de pulso e anunciou que faltavam vinte minutos para o fim da aula e chamou o garoto que fora ter com ela anteriormente, o rapaz falou curtamente sobre seu feitiço, era da Noble, naturalmente, olhei de canto para Vic, que até aquele momento eu ignorara completamente, absorta em minha tarefa. Talvez se ele fosse bem, conseguisse alguns pontos para a Casa de minha irmã… Nossa rivalidade não havia morrido, ao menos não em mim. Não prestei muita atenção ao feitiço que executou, se me perguntassem do que se tratava, eu não saberia responder.
Desta forma, um a um demonstraram seus feitiços, quando foi a vez de minha irmã, desejei-lhe sorte, colocando minha varinha de lado. Observei sua demonstração, lhe sorri realmente impressionada com sua habilidade, Victoria tem muito talento que é completamente ofuscado por sua preguiça e mania de achar que não é boa o suficiente… Bati palmas entusiasmada, vendo-a corar um pouco ao apanhar suas coisas e sair da sala, prometendo-me que esperaria lá fora.
Finalmente chegou minha vez, levantei um pouco trêmula com a varinha presa firmemente em minha destra ao lado de minha perna. Alguns alunos me olhavam assustados, esperando sua vez de fazer aquilo, pensei distraidamente no quanto aquilo era aterrador. Cam podia ser muito exigente. De olhos baixos, aproximei-me de sua escrivaninha, ao que ela me deu um sorriso curto, tão rápido que me perguntei se não havia sido algo de minha cabeça. “O feitiço que criei é baseado em Erin, a deusa celta das estrelas. Na antiguidade seu culto era baseado nas luzes contra a escuridão. Os navegantes e piratas, pediam a ela que não os deixasse se perder no mar, que os guiasse através das estrelas. Por isto, o meu feitiço deve criar um efeito de céu noturno e mostrar a estrela de Erin ao norte, pode ser utilizado por viajantes. Além do que, creio que pode ajudar no estudo de astronomia.”, expliquei imaginando só agora o quanto meu feitiço pareceria bobo visto por este ponto de vista, contudo, se desse certo, era para ser uma coisa bonita de ver.
“Pode começar então.”, disse-me a mulher e sentou-se na beirada da mesa. Empunhei minha varinha e fiz uma meia lua, então cortei-a de baixo para cima diagonalmente, descendo e cortando a lua ao centro, formando algo parecido com um quatro ao contrário enquanto falava em alto som “Sgòthan mo turas!”. Nada aconteceu, pigarreei e olhei para trás, fitando a mestra. “Posso tentar novamente?”, pedi em um murmúrio envergonhado, ao que ela acenou positivamente com a cabeça uma vez. “Por favor, por favor… Vamos lá…”, pedi a qualquer deus que passasse naquele momento a fim de que me ajudasse. Sentia minhas mãos enregeladas quando mais uma vez efetuei o desenho no ar, empregando ali toda a minha concentração, esforçando-me verdadeiramente para esquecer tudo e todos ao redor. “Sgòthan mo turas!”, disse e desta vez onde eu havia riscado o ar com a varinha fios prateados começaram a brilhar, pareciam-se com patronos incorpóreos, só que mais definidos. Isto não durou mais do que alguns segundos, antes que subisse acima de minha cabeça e se expandisse como um céu noturno pontilhado de estrelas, cada vez mais cintilantes. Sorri surpresa quando a identifiquei a constelação do pincel de Erin.
O céu “girou” e parou com a ponta da constelação indicando o que eu acreditava ser o norte. Olhei para Cam, “Você poderia efetuar o feitiço dos quatro pontos, tia Cam?”, pedi, observando-a colocar a varinha sobre a palma da mão com uma expressão neutra no rosto, sua varinha girou alguns segundos e em seguida parou, a ponta indicando a mesma direção da constelação. Sorri assentindo para mim mesma uma vez e murmurei “a 'leantainn” e o céu espectral desapareceu dentro de uma estrela particularmente brilhante. Cam me agradeceu e disse-me que eu poderia deixar a sala de aula.
Sinceramente estava satisfeita, era o primeiro feitiço que inventava e francamente havia muito a ser aperfeiçoado, e acreditem-me, trabalharei nisto… mas foi algo bom. Guardei minha varinha dentro das vestes e apanhei minha mochila, retirando-me da sala em seguida.
Abandonando as rabanadas, investi em um gordo croissant com uma pasta espessa de chocolate e uma xícara de café, afinal, pessoas em fase de crescimento precisam de calorias para gastar, e tenho dito. Ao final do café da manhã, que foi engolido quase às pressas, seguimos para a sala de aula, entrando no afluxo de alunos que se espremiam pelos corredores bem decorados de Beauxbatons, como um único organismo vivo, um rio que desaguava em vários afluentes que eram as portas abertas.
A sala não parecia diferente em nada das outras, percebi quase no instante em que abri a porta. Minha tia Camryn era alguém extremamente prática e sua expressão não se suavizou nem mesmo quando minha irmã e eu lhe acenamos animadamente, desde nossa festa de aniversário (quando ela nos deu uma capa da invisibilidade irada), não a víamos, contudo, ela não pareceu dar mostras que sentira imensas saudades. Sorri discretamente, caminhando para o meu lugar próxima a janela, como sempre. Não estávamos assim tão atrasadas, afinal de contas, e passados cerca de dez minutos alguns retardatários ainda tomavam os seus lugares antes que a loira começasse a falar em alto e bom som.
Estando meus materiais dispostos artisticamente sobre a mesa, apanhei a pena e molhei-a no tinteiro, riscando o pergaminho com a mesma ao fazer um pequeno esquema onde anotava suas palavras. Vez ou outra olhava para Vic, incrivelmente, acho que tia Cam é a única pessoa que realmente inspira respeito na garota, era algo até bonito de ver enquanto ela se esforçava para prestar atenção (sei disso pois seus olhos estavam estreitos e sua cara era de quem está fazendo muita força mental). Vic é o tipo de pessoa que se sai muito bem em tarefas práticas, o que era bom, pois embora ela sempre reclamasse que eu era melhor em tudo, essa era uma coisa que eu realmente invejava nela. Pela coisa toda de sempre fazer as coisas certas, da forma certa, como todo mundo esperava, quando ia colocar algo em prática meu nervosismo se sobressaía ao talento e a probabilidade de dar tudo errado era grande.
Terminada a explanação acerca do que trataríamos naquele ano, Camryn nos propôs a prática para tudo aquilo. Me vi olhando para além da janela, pensando em como aquilo poderia ser fascinante, afinal de contas, a mulher era talentosa… Praticava a interdiciplinaridade sem nem perceber, ou ao menos era isto o que parecia. Apanhei meu livro de Mitologia, folheando-o por alguns instantes. Por sorte, na noite passada, havia ficado algumas horas a mais na biblioteca, curiosa com a matéria que trabalharíamos nesta disciplina. Realmente mitologia era algo que me encantava; embora nossas vidas tivessem magia o suficiente, a perspectiva de estudar a cultura de diferentes povos a partir de suas crenças era fascinante. Levantei a destra esperando pela permissão de falar. “Professora, podemos falar sobre qualquer deus? Ou necessariamente ele ou ela deve ser da cultura greco-romana?”, indaguei, lembrando-me de uma história que mamãe havia mencionado uma vez quando estávamos no rancho.
Era uma noite estrelada, longe da cidade as estrelas pareciam cintilar muito mais sobre o veludo azul petróleo da abóbada celeste. “Estão vendo aquelas estrelas, meninas?”, Alexa nos perguntara naquela noite, apontando os pontinhos brilhantes “É a constelação do pincel de Erin.”, seu dedo percorreu o ar, juntando os pontos e formando o desenho da mesma, enquanto pacientemente ela nos contava a história da deusa. No momento que Cam nos disse que deveríamos pesquisar sobre um deus, o nome de Erin me veio à mente, eu realmente me encantara por ela. Apanhei na mochila o livro que pegara emprestado na biblioteca, que trazia em seu interior contos de deuses celtas.
- Pergaminho:
Erin - Deusa das Estrelas
No ínicio de tudo, o dia era apenas luz, e a noite era apenas escuridão. Um dia, Cyric ao vagar pelas terras dos homens, encontrou um leão ferido. A pata dele sangrava, havia uma faca enfiada na enorme pata do felino. Cyric com toda sua bondade tirou a faca, mas assim que fez o leão o atacou. O animal havia sido envenenado com a maldade de Selwin, ou seja, ele era traiçoeiro e mal. O belo animal era um monstro, e Cyric não estava preparado para enfrenta-lo.
As garras do leão cruzaram o belo rosto de Cyric, a cegando. A deusa conseguiu espantar o leão, mas ficou deitado na ravina enquanto o dia nascia. Ela foi socorrida pelo deus Luce que a viu assim que surgiu nos céus. Ele desceu e deu um beijo em Cyric que recuperou de todos os ferimentos, menos os olhos que agora eram todo negro.
Luce ficou cuidando da deusa irmã. Então fizeram amor um pouco antes do sol se por. Quando anoitece, Luce tinha partido, e Cyric tinha ficado novamente só. Mas seus olhos negros agora estava cheios de pontos de luz. Essas luzes começaram arder então Cyric olhou para o alto e todas as luzes em suas iris alcançaram o céu escuro de Tegan, e assim nasceram as estrelas.
E quando as estrelas surgiram, surgiu Erin. Ela é a Pintora da Estrelas, ela usa as luzes para contar cada momento da história de Noskort. A “Constelação do Amor de Enrir por Onira” fala sobre sobre a Primeira Saga e a “Constelação da Dança de Deri´eli” sobre a fundação de Dyllis. O que torna bem comum é que a mesma constelação em lugares diferentes de Noskort podem ter significados diferentes pois contam histórias daquela região.
Erin também é conhecida por iluminar o mundo quando seu pai não está nos céus. Quando está muito feliz ela faz uma das suas estrelas cair no mundo, e aquele que achar encontrará uma Ágata-Estrela, uma pedra que ilumina qualquer lugar mesmo na mais forte escuridão.
Divindade
Erin é a deusa das estrelas, dos cometas, estrelas cadentes. Ela é a deusa contadora de história. Ela é a deusa que pinta o passado. Ela é a deusa dos historiadores. Ela é a deusa das pedras preciosas. A deusa da Ágata-Estrela. Ela é a deusa dos olhos. A deusa que ajuda os perdidos, os navegantes e exploradores.
Ao terminar a leitura olhei para Vic, meus olhos se estreitavam ligeiramente. Sabia o que tinha de fazer, contudo, não via uma forma de colocar isto em prática. Certamente que haveria algum feitiço no sentido que eu pensava, mas por que não tentar? Lembrei-me então de um feitiço que papai mencionara ter sido usado no salão principal de Hogwarts, eu nunca havia visto a magia em si, visto que francamente não houveram assim tantas oportunidades de conhecer a instituição britânica, mas talvez algo neste sentido pudesse ser feito. Franzi o cenho apanhando outro pedaço de pergaminho, enumerando os feitiços que eu poderia combinar, alguns eu já havia utilizado, outros eu apenas havia lido nos livros de outras séries e tentado (sem muito êxito) sozinha.
• Wingardium leviosa
• Faísco
• Lumus solem
• Feitiço dos 4 pontos
• Animus pensandi
• Meteolojinx
Fiquei um tempo fitando a pequena lista de feitiços imaginando algumas formas de fazer aquilo. O tempo passava rapidamente enquanto eu o fazia. Será que havia alguma chance de que a professora nos deixasse entregar este trabalho até a próxima aula? Levantei os olhos e percebi que seu humor não era do tipo que permitiria algo assim… Um garoto se levantou e foi até ela, cochichou por um instante e assentiu quando ela disse “muito bem, espere um pouco e você será o primeiro a se apresentar”, o garoto voltou para seu lugar sorrindo presunçosamente. Senti um aperto no peito, e a ansiedade subir pelo meu estômago, pareciam haver borboletas venenosas ali. Senti meus dedos gelados enquanto eu efetuava o movimento da varinha.
Passados mais alguns minutos a mulher olhou no relógio de pulso e anunciou que faltavam vinte minutos para o fim da aula e chamou o garoto que fora ter com ela anteriormente, o rapaz falou curtamente sobre seu feitiço, era da Noble, naturalmente, olhei de canto para Vic, que até aquele momento eu ignorara completamente, absorta em minha tarefa. Talvez se ele fosse bem, conseguisse alguns pontos para a Casa de minha irmã… Nossa rivalidade não havia morrido, ao menos não em mim. Não prestei muita atenção ao feitiço que executou, se me perguntassem do que se tratava, eu não saberia responder.
Desta forma, um a um demonstraram seus feitiços, quando foi a vez de minha irmã, desejei-lhe sorte, colocando minha varinha de lado. Observei sua demonstração, lhe sorri realmente impressionada com sua habilidade, Victoria tem muito talento que é completamente ofuscado por sua preguiça e mania de achar que não é boa o suficiente… Bati palmas entusiasmada, vendo-a corar um pouco ao apanhar suas coisas e sair da sala, prometendo-me que esperaria lá fora.
Finalmente chegou minha vez, levantei um pouco trêmula com a varinha presa firmemente em minha destra ao lado de minha perna. Alguns alunos me olhavam assustados, esperando sua vez de fazer aquilo, pensei distraidamente no quanto aquilo era aterrador. Cam podia ser muito exigente. De olhos baixos, aproximei-me de sua escrivaninha, ao que ela me deu um sorriso curto, tão rápido que me perguntei se não havia sido algo de minha cabeça. “O feitiço que criei é baseado em Erin, a deusa celta das estrelas. Na antiguidade seu culto era baseado nas luzes contra a escuridão. Os navegantes e piratas, pediam a ela que não os deixasse se perder no mar, que os guiasse através das estrelas. Por isto, o meu feitiço deve criar um efeito de céu noturno e mostrar a estrela de Erin ao norte, pode ser utilizado por viajantes. Além do que, creio que pode ajudar no estudo de astronomia.”, expliquei imaginando só agora o quanto meu feitiço pareceria bobo visto por este ponto de vista, contudo, se desse certo, era para ser uma coisa bonita de ver.
“Pode começar então.”, disse-me a mulher e sentou-se na beirada da mesa. Empunhei minha varinha e fiz uma meia lua, então cortei-a de baixo para cima diagonalmente, descendo e cortando a lua ao centro, formando algo parecido com um quatro ao contrário enquanto falava em alto som “Sgòthan mo turas!”. Nada aconteceu, pigarreei e olhei para trás, fitando a mestra. “Posso tentar novamente?”, pedi em um murmúrio envergonhado, ao que ela acenou positivamente com a cabeça uma vez. “Por favor, por favor… Vamos lá…”, pedi a qualquer deus que passasse naquele momento a fim de que me ajudasse. Sentia minhas mãos enregeladas quando mais uma vez efetuei o desenho no ar, empregando ali toda a minha concentração, esforçando-me verdadeiramente para esquecer tudo e todos ao redor. “Sgòthan mo turas!”, disse e desta vez onde eu havia riscado o ar com a varinha fios prateados começaram a brilhar, pareciam-se com patronos incorpóreos, só que mais definidos. Isto não durou mais do que alguns segundos, antes que subisse acima de minha cabeça e se expandisse como um céu noturno pontilhado de estrelas, cada vez mais cintilantes. Sorri surpresa quando a identifiquei a constelação do pincel de Erin.
O céu “girou” e parou com a ponta da constelação indicando o que eu acreditava ser o norte. Olhei para Cam, “Você poderia efetuar o feitiço dos quatro pontos, tia Cam?”, pedi, observando-a colocar a varinha sobre a palma da mão com uma expressão neutra no rosto, sua varinha girou alguns segundos e em seguida parou, a ponta indicando a mesma direção da constelação. Sorri assentindo para mim mesma uma vez e murmurei “a 'leantainn” e o céu espectral desapareceu dentro de uma estrela particularmente brilhante. Cam me agradeceu e disse-me que eu poderia deixar a sala de aula.
Sinceramente estava satisfeita, era o primeiro feitiço que inventava e francamente havia muito a ser aperfeiçoado, e acreditem-me, trabalharei nisto… mas foi algo bom. Guardei minha varinha dentro das vestes e apanhei minha mochila, retirando-me da sala em seguida.
Merely the sound of your voice made me believe that, that you were her just like the river disturbs my inner peace. Once I believed I could find just a trace of her beloved soul, once I believed she was all then she smothered my beliefs.
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Catarina A. Heck. Levine
Localização : UK - France
Manson Juste
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