A Sala dos Professores

por **Nerida Vulchanova** Dom Set 06, 2015 9:10 pm

SALA DOS PROFESSORES

A sala dos professores, localizada no corredor em frente às escadas, é um ambiente bem menos austero do que se imagina. À exceção de umas poucas estantes de livros e uma mesa de reuniões, tudo nesse ambiente é voltado para o lazer despreocupado dos mestres. Existe uma mesa onde eles jogam cartas, um jukebox mágico, que às vezes é disputado quase a azarações, o "canto do lanchinho", mais procurado pelo café, e até uma lista negra de alunos pregada na parede, onde figuram gerações de estudantes subversivos que conquistaram o desagrado dos professores. A sala é guardada pelo quadro de um ex-diretor, que só dá acesso àqueles que conseguem ensiná-lo algo que ele não saiba. Arlette Auclair frequentemente fica retida na entrada..

por **Victoria K. Heck. Levine** Dom maio 15, 2016 11:39 pm

Quando não se tem nada melhor para fazer, idéias malucas rondam por sua cabeça como estrelinhas brilhantes que brincam no céu. Porém, vindo de alguém como eu, invadir a sala dos professores não é algo assim tão surpreendente. Adultos já são chatos por natureza, imagine sendo professores né? É tipo um chato ao quadrado vezes um milhão. Peguei o pincel de uma das mesas e encarei o quadro com atenção, o perigo sempre me atraiu de uma forma inexplicável, ser monitora me impedia de fazer algo? Claro que não! A prova disso é que escrevi no quadro com letras gigantes (nunca se sabe quando vai ter um míope presente): “Victoria rules”. Mesmo assim ainda estava insatisfeita, então do lado comecei a desenhar uma linda menina de belos olhos azuis e lindos cabelos negros, quer dizer, era para ter sido assim né, mas só consegui desenhar os palitinhos mesmo dançando um pole dance estiloso. Meu desenho ficou espetacular e quem disser o contrário é tudo recalcado com o meu talento nato. Antes de me retirar do local saltitando feito uma gazela, peguei alguns artefatos mágicos da tia Cam para decorar meu quarto.

por **Madell Gorbachev Lavrov** Ter Ago 30, 2016 9:15 am

Red Fox

"A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa.

Os olhos azuis da loira procuravam algo interessante para fazer naquela pausa entre uma aula e outra. Ela até poderia ir a sua casa dar um beijo no marido e nos filhos, porém Joanne não a largaria e ela prontamente também não a deixaria.

Esticando sobre a cadeira da sala da diretoria da Noble, Clarice observava tudo varias e varias vezes. Ao levantar-se e caminhar até a janela, logo a abrindo, sentiu a brisa forte que vinha das colinas, tocarem a sua pele branca com cuidado. Sorriu e suspirou tudo ao mesmo tempo, mordiscou levemente os lábios, colocando as mãos dentro do bolso do casaco. O inverno Francês chegava com certa presa e sem nenhum para ir embora.

Clarice permaneceu ali por bastante tempo, até que uma súbita vontade de subir no telhado do castelo lhe tomou. Quando era criança, sempre escalava uma grande arvore que se encontrava ao lado da janela de seu quarto, aonde a mesma dava-se em longos e grossos galhos, até ao telhado. Marie as vezes a procurava por horas, até encontrá-la ali, admirando o céu e observando o formato das nuvens ou estrelas. Foi observando as estrelas que Clarice ainda muito jovem, recebeu uma das noticias mais triste, que abalou toda a família Lavrov. Um suspiro longo fez a jovem olhar para o chão, em sua vida avia lembranças que a mesma não fazia a mínima questão de lembrar.

Ela retirou o casaco que vestia, tentando se concentrar em seus pensamentos, a loira fechou os olhos e começou a pensar em um animal, mais não um animal qualquer, uma raposa de porte médio, com uma pelagem em um tom de castanho- avermelhado muito bem acentuado, e uma longa calda que dava leveza e totalmente proporcional ao corpo. Assim que abriu os olhos, a loira já transfigurada escalou o telhado do castelo de BXB com muita facilidade. Talvez algumas pessoas poderiam pensar como seria desconfortante estar em um corpo tão pequeno, porém o conforto que Clarice sentia era como o do próprio corpo humano, ou seja, aquele corpo animalesco era parte de seu ser, e isso ao ser ver já era extremamente comum.

A raposa se acomodou sobre o telhado e permaneceu ali por um bom tempo, até que alguém bateu em sua porta a fazendo saltar até o chão com graça. Enquanto caminhava até a porta, o corpo da loira voltava tranquilamente ao normal como se nada lhe tivesse acontecido.

- Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"